• A Clínica
    Nossos Profissionais Estrutura Crescimento da Criança
  • Testes
  • Orientações Médicas
  • Espaço do Cliente
  • Livro Papa Nenê
  • Contato

Orientações Médicas

Navegue pelas categorias
Adolescência Alergia alimentar Alergia e imunologia Atividade física Crescimento e desenvolvimento Diabetes Educação infantl Endocrinologia Endocrinologia Pediatrica Exames Gastroenterologia Gastroenterologia pediatrica Hebiatria Medicina Neonatologia Nutrição infantil Nutrologia Orientações médicas Pediatria Pediatria geral Prevenção Psicologia infantil Puberdade Urgências pediátricas

Refluxo gastroesofágico infantil: o que você precisa saber?

Bebê com refluxo gastroesofágico infantil vomitando depois de um banho

O refluxo gastroesofágico (RGE) caracteriza-se pelo fluxo retrógrado (que volta) e involuntário do conteúdo do estômago para o esôfago. Se uma criança regurgita (ou seja, o leite que ela mamou voltou), isso é um refluxo!

O RGE é reconhecido como fenômeno fisiológico normal, que ocorre ocasionalmente no ser humano, especialmente após as refeições, e é muito frequente em crianças menores de 1 ano.

O que você precisa saber sobre o refluxo em bebês e crianças?

O RGE fisiológico, também chamado de regurgitação infantil, caracteriza-se por episódios de refluxos, sem qualquer transtorno maior para a saúde da criança.

Normalmente, ocorrem em pequenos que, além das regurgitações, não apresentam nenhum sinal de agravo à saúde e nenhuma consequência negativa ao seu desenvolvimento (perda de peso, anemia, dor, chiado no peito, tosse crônica, falta de ar, engasgos, etc).

A tendência é de melhora até os 12 meses (no máximo 18). Nesse caso, inclusive, não há a necessidade de exames!

Sem neuras!

Hoje existe uma grande preocupação com a excessiva solicitação de exames, assim como o volume de prescrições médicas ou mudanças de dieta para as crianças que regurgitam. Se o pequeno não é conduzido de forma adequada (supervalorização ou subvalorização do diagnóstico), isso pode trazer prejuízo à sua saúde.

Quando você deve se preocupar com o refluxo?

O refluxo gastroesofágico, quando associado a sinais e sintomas que interferem na qualidade de vida da criança, é denominado Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) e merece a sua atenção.

Esse quadro pode estar relacionado a: engasgos, irritabilidade, recusa alimentar, hemorragia digestiva, cianose, apneia, pneumonias de repetição, chiado, asma, rouquidão, anemia etc.

Quando a DRGE é diagnosticada, o próximo passo é determinar se ela é primária (sem doença ou causa subjacente), ou secundária (quando ocorre como consequência de outra doença como, por exemplo, a alergia ao leite, a má-formação, uma infecção etc).

E como lidar com o refluxo?

As crianças com RGE devem ser acompanhadas durante toda a infância, pois embora parte delas irá cessar os sintomas, outras continuarão com os mesmos, ou ainda apresentarão outras alterações clínicas associadas ao refluxo.

Quanto ao tratamento, é importante ressaltar que o RGE não vai “curar”, mas sim ser controlado para evitar as complicações. Inclusive, ele só deve ser considerado quando compromete a qualidade de vida do bebê (doença do refluxo e não apenas refluxo fisiológico).

Existem bebês que regurgitam de 10-15 x ao dia, felizes, sem desconforto e não choram excessivamente. Existem, também, bebês que quase não regurgitam e que possuem muitos outros sintomas tão estressantes quanto.

Neste último grupo, devemos ter muito cuidado na avaliação, já que muitas vezes os sintomas não são relacionados ao refluxo.

O tratamento

O tratamento é dividido em medidas posturais, dietéticas e tratamento medicamentoso:

  • Medidas posturais: elevar a cabeceira da cama em um ângulo de 30 a 45º e, na medida do possível, colocar o bebê deitado do lado esquerdo (lembrem-se que a indicação oficial é dormir de barriga para cima por conta da síndrome da morte súbita infantil).
  • Medidas dietéticas: manter o aleitamento materno exclusivo. Se o bebê receber leite em pó, fracionar as mamadeiras (em alguns casos pode ser uma opção) e, em outros casos, engrossar o leite ou procurar uma formulação mais adequada (segundo orientação médica).As mamadeiras devem ser tomadas com o bebê em posição semi-elevada e, depois, esperar pelo menos quarenta minutos para deitá-lo.
  • Tratamento medicamentoso: deve sempre ser realizado pelo médico, e consiste em medicamentos que inibem a secreção ácida proveniente do estômago, causadora de muitas complicações, além de remédios que possam tonificar a válvula que se localiza entre o esôfago e o estômago. Os remédios não curam o RGE, mas sim o controlam.

Os perigos e possíveis complicações do refluxo

O refluxo é considerado uma doença (refluxo patológico ou doença do refluxo gastroesofágico) quando apresentar impacto na qualidade de vida da criança. Isso ocorre por meio de repercussões clínicas como: déficit do crescimento e peso, dor abdominal, irritabilidade, recusa alimentar, hemorragias digestivas, chiado no peito, tosse crônica, pneumonias de repetição ou complicações relacionadas ao nariz, ouvido, seios da face e garganta.

A distinção entre refluxo fisiológico e patológico exige habilidade no diagnóstico e atenção na escolha do tratamento mais adequado a cada caso. Além disso, deve ser sempre avaliado pelo seu pediatra em uma consulta longa e detalhada.

Entre as crianças que apresentam regurgitações com frequência preocupante para os pais, apenas 2% necessitarão de investigação!

Quando o refluxo é considerado uma doença, ele pode ser:

  • 1- Primário: problema apenas de imaturidade do esfíncter, sem nenhuma doença por trás.
  • 2- Secundário: neste caso existe uma doença que provoca mais refluxo. Por exemplo: uma infecção, uma estenose do piloro, uma má-formação congênita do intestino ou ainda a ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (causa mais comum de doença do refluxo secundária).

Como o pediatra sabe se o refluxo do meu bebê é normal?

Nas primeiras semanas de vida, muitos bebês regurgitam uma ou mais vezes por dia, pouco tempo após a alimentação. A regurgitação fisiológica comum ocorre quando a criança não apresenta outros sintomas, a evolução do ganho de peso é normal e o quadro se diminui gradativamente. O normal é que ele cesse completamente por volta dos 7 a 8 meses, tendo seu auge entre o 3º e o 4º.

A abordagem diagnóstica do lactente com queixa de regurgitações frequentes deve ser realizada, inicialmente, verificando-se a experiência materna com a alimentação do bebê.

Em seguida, procura-se identificar, pela história e observação da amamentação da criança durante a consulta, se as seguintes situações, que podem causar regurgitação e vômitos, estão presentes:

  • aquelas que favorecem a ingestão excessiva de ar antes ou durante as mamadas, como choro intenso ou orifício do bico da mamadeira muito grande (ou muito pequeno);
  • se o lactente em aleitamento artificial, especialmente no primeiro mês de vida, recebe excesso de leite em cada mamada;
  • se a criança é muito manipulada após as mamadas;
  • se o bebê não é colocado para arrotar após as mamadas;
  • se a mãe possui hiperlactação;
  • se a rotina de amamentação e sono estão adequadas para a idade do bebê;
  • se o refluxo causa mais “agonia” na mãe do que no bebê.

Durante os primeiros seis meses de vida, a criança respira durante a sucção e, consequentemente, ocorre preenchimento da orofaringe com ar, o qual é levado junto ao alimento para o esôfago e estômago.

Esse fato explica a necessidade da criança de arrotar, sendo necessário mantê-la na posição vertical por alguns minutos após as mamadas.

Se a criança é deitada imediatamente após ter mamado, a expulsão do ar por meio do arroto pode causar regurgitação do leite. Esse padrão geralmente cessa a partir dos seis meses, quando a respiração e a sucção passam a ocorrer de forma alternada.

No entanto, o motivo principal de colocar a criança em pé após as mamadas é facilitar o esvaziamento do estômago. Assim, mesmo quando o pequeno arrota rapidamente, o ideal é deixá-lo um tempo em pé.

Tipos de refluxo

Não existem tipos de refluxo, mas sim uma classificação que busca nos orientar quanto às diversas manifestações clínicas e seus prognósticos.

1. Fisiológico (normal)

Também conhecido como “regurgitação infantil”, o refluxo fisiológico (normal) é mais comum nos primeiros meses de vida.

As regurgitações pós-alimentares apresentam resolução espontânea, na maioria dos casos, até os dois anos. O crescimento da criança é normal, e não há outros sintomas ou complicações associadas.

A frequência das regurgitações diminui após seis meses, coincidindo com a introdução de dieta sólida (sopinhas) e adoção de postura corporal mais ereta (mais assentadinha) pela criança.

2. Patológico (Doença do Refluxo Gastroesofágico)

Suspeita-se de refluxo patológico quando os vômitos e regurgitações persistem de modo significativo após os seis meses quando:

  • não respondem às medidas de postura e dietéticas;
  • estão presentes repercussões clínicas como perda de peso, sintomas e sinais sugestivos de inflamação do esôfago (esofagite);
  • causam irritabilidade, recusa alimentar e choro persistente.

3. Refluxo oculto

Este termo está em desuso e é incorreto. Contudo, ganhou as redes sociais para explicar as crianças que choram muito sem sabermos do quê se trata! Não se sabe o que é, e nem se é culpa o refluxo, até mesmo quando o bebê não regurgita.

O refluxo seria denominado oculto quando manifestações respiratórias, otorrinolaringológicas ou indicativas de esofagite ocorressem na ausência de vômitos e regurgitações.

No bebê menor de 1 ano, para haver doença do refluxo, devem ocorrer regurgitações e/ou vômitos.

4. Refluxo primário

Resulta da disfunção entre a união do esôfago com o estômago, facilitando as regurgitações e vômitos, sem nenhuma doença que o provoque.

5. Refluxo secundário

O refluxo secundário ocorre como consequência de outras doenças como, por exemplo:

  • estreitamento congênito do esôfago;
  • comunicação entre a traqueia e o esôfago;
  • distúrbios da deglutição;
  • alergia ao leite de vaca (é a causa mais comum de doença do refluxo secundário);
  • infecção urinária;
  • parasitoses intestinais (vermes);
  • fibrose cística;
  • doenças neurológicas;
  • entre outras.

O que as crianças sentem quando têm refluxo?

Dependendo da idade do início dos sintomas, o refluxo pode ter vários significados e cursos clínicos distintos.

Em lactentes (até os 2 anos) a suspeita de inflamação no esôfago (esofagite) ocorre quando há choro excessivo, irritabilidade, distúrbios do sono, agitação e recusa da dieta (a criança passa a ter medo de se alimentar e sentir dor).

A criança maior pode queixar-se de queimação sobre o estômago, dor no peito, dor abdominal, dor durante a alimentação e excesso de salivação.

Outras manifestações clínicas do refluxo são:

  • ruminação (ficar com movimentos mastigatórios contínuos);
  • disfagia (dificuldade de alimentar-se);
  • arrotos;
  • soluços;
  • anemia e sangramentos;
  • chiados no peito de repetição;
  • pneumonias de repetição;
  • laringites;
  • sinusites;
  • infecções do ouvido de repetição;
  • entre outras.

O refluxo tem sido associado, ainda, a vários outros acontecimentos na vida da criança, como morte súbita do lactente, soluços, rouquidão e erosão dentária.

O diagnóstico

Como pode ser constatado, somente o médico poderá fazer o diagnóstico diferencial entre tantas condições clínicas apresentadas pela criança que vomita.

Que exames precisam ser realizados para confirmar o refluxo gastro-esofágico?

Somente os lactentes e crianças que apresentam sinais e sintomas clínicos sugestivos de complicações de refluxo gastroesofágico poderão ser submetidos à investigação diagnóstica.

Geralmente, não é necessária a realização de exames. Apenas por meio de uma consulta detalhada e cuidadosa, e um exame físico completo, é possível estabelecer o tratamento mais adequado para o seu filho.

Não existe um único exame que possa confirmar o diagnóstico de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). Na maioria das vezes, eles são complementares.

São exames disponíveis para investigação:

  • Radiografia de esôfago, estômago e duodeno (REED);
  • Manometria para medir a pressão da região situada entre o esôfago e o estômago;
  • Cintilografia gastroesofágica;
  • Ultrassonografia do abdome superior;
  • Estudo da deglutição: deglutograma baritado e videofluoroscopia;
  • Endoscopia digestiva alta e biópsia esofágica – indicada principalmente quando se pensa em esofagite e suas consequências;
  • Monitorização do pH do esôfago (pHmetria 24 horas);
  • Impedanciometria esofágica intraluminal.

E aí, esse texto foi útil para você? Saiba que, para ficar por dentro de mais assuntos como este, é só acessar o nosso Blog sempre que quiser!

No mais, para agendar uma consulta conosco, é só entrar em contato pelo número (31) 3225-3446. Pode ligar que estamos te esperando!

  • (31) 3324-5212 (31) 98482-7807
  • contato@mvclinicapediatrica.com.br
  • MV Clínica Pediátrica 2025 Todos os direitos reservados